Rio de Janeiro - Influenciada pelo consumo das famílias, as vendas do comércio voltaram a crescer de 2009 para 2010, depois de uma redução da taxa de crescimento real de 2008 a 2009 que refletiu a crise financeira mundial e abalou o crédito. A informação faz parte da Pesquisa Anual do Comércio, divulgada nesta quinta-feira (28/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O documento analisa, pela primeira vez, a evolução dos resultados do comércio entre um período de quatro anos, entre 2007 e 2010. Mostra que de 2008 a 2009 a taxa de crescimento sofreu um redução para 4,3%, depois de crescer 12,3% de 2007 a 2008. O movimento foi revertido no período final de análise, de 2009 para 2010, quando alcançou 14,2%, indicando recuperação.
[SAIBAMAIS]"Os resultados refletem comportamento da economia brasileira em face a crise financeira mundial que, a partir dos últimos quatro meses de de 2008, incidiu negativamente no Produto Interno Bruto [PIB, a soma das riquezas do país] de 2009 e no desempenho de alguns setores", afirma o levantamento. No período seguinte, porém, o mercado interno puxou as vendas do comércio.
De acordo com a pesquisa, entre os três setores pesquisados (comércio varejista, atacado e o comércio de veículos e motocicletas) teve destaque entre 2007 e 2010, as revendas de veículos, peças e motocicletas, que cresceu 56,5%, e do comércio varejista, com aumento de 47%. No período estudado, o atacado cresceu 16,2%, abaixo da média geral da pesquisa, de 33,7%.
Em número de ocupados, o comércio varejista também se destacou. Nos anos da série estudada, cresceu 25,7% e está acima da média da pesquisa (24,8%). Por outro lado, as contratações pelo o comércio de veículos avançou 21,6% e no atacado, 22,9%.
Na análise por estados,a pesquisa do comércio mostra que o crescimento real da receita bruta de revenda acumulada entre 2007 e 2010 foi maior no Nordeste, cujos estados, em média, cresceram mais de 42% ; acima da média de 32,5%. O destaque positivo é o Piauí (64%), mas o estados com maior crescimento foram o Tocantins (69,8%) e Roraima (68,7%), na Região Norte.
A pesquisa é feita com dados do IBGE e do Ministério do Trabalho e é amostral.