O volume de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 2,136 trilhões, em maio, com crescimento de 1,7% em relação ao mês anterior e de 18,3% em 12 meses, segundo dados apresentados nesta terça-feira (26/6) pelo Banco Central (BC). Esse volume representou, pela primeira vez, 50,1% de tudo o que país produz ; Produto Interno Bruto (PIB). Em abril, esse percentual estava em 49,6% e em maio do ano passado, em 45,7%. Neste ano, o BC espera que o crédito em relação o PIB fique 52%, ante 51% estimados anteriormente.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, considera que não há risco no ritmo de crescimento do crédito no país, como apontou o Banco Internacional de Compensações (BIS) em relação ao Brasil e a outros países em desenvolvimento. ;Algumas avaliações feitas no relatório [do BIS] não são procedentes no caso brasileiro. Não há risco no ritmo de expansão do crédito no país;, disse. ;O Banco Central está muito tranquilo em termos da sustentabilidade da expansão do crédito;, acrescentou.
Maciel defendeu que o crédito no país cresce com o aumento da renda e do emprego. ;Essa é a melhor forma de crescimento do mercado de crédito;, enfatizou. Maciel disse ainda que o crédito país partiu de ;um ponto relativamente baixo;, em torno de 25% do PIB, em 2003. E, mesmo o volume de crédito tendo superado pela primeira vez os 50% do PIB, ainda está em nível abaixo do de países desenvolvidos que apresentam essa relação acima de 70%.
Além disso, Maciel enfatizou que o crescimento do crédito ocorre com ;supervisão bastante rígida;. ;A regulação do crédito no país tem parâmetros mais rigorosos do que os recomendados tradicionalmente. Temos um grau de captação elevado, liquidez elevada, provisionamento acima do padrão internacional. Não há risco;, disse.
Outro fator citado por Maciel é que a atual expansão do crédito é influenciada pelos financiamentos imobiliários. ;O crédito imobiliário cresceu nos últimos anos, no âmbito de uma política de redução do déficit habitacional;, disse. Segundo ele, em maio o crédito imobiliário representou 5,4% do PIB, enquanto em países desenvolvidos essa relação supera 50%. ;Cabe lembrar ainda que o crédito imobiliário tem taxa inadimplência baixa. É regulado pelo Banco Central. E as famílias estão saído do aluguel, uma despesa de consumo, para formação de patrimônio;, destacou.
Maciel avaliou ainda que o ritmo de expansão do crédito no país está em moderação. De 2005 a 2008, a média de crescimento do volume de crédito foi 25% e caiu para 18%, nos quatro anos seguintes. Essa média inclui a estimativa do BC para a expansão do crédito este ano, que é 15%. ;Há uma convergência para bases sustentáveis;, disse. Neste ano, até maio, o crédito cresceu 5,2%.