As instituições financeiras negam a prática com veemência. Mas técnicos do Departamento de Prevenção a Ilícitos, do Banco Central (BC), confirmam as suspeitas do consultor de dívidas. O problema é que tudo é feito dentro da lei. Os bancos estão autorizados a cobrar um conjunto de19 tarifas e as empresas de cartão de crédito, 25. Com os juros nas alturas, algumas delas foram retiradas dos pacotes. Depois que a Taxa Básica de Juros (Selic) caiu para 8,5% ao ano, elas foram reativadas. Houve um movimento orquestrado de ressurreição. ;Faz parte do gerenciamento do negócio;, justificou o técnico. Pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), com exclusividade para o Correio, com os seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú e Santander), ao contrário, comprova que, em pelo menos dois deles (Bradesco e HSBC) foi constatada previsão de tarifas ilegais.
Segundo o estudo, ;apesar do grande burburinho que o movimento de redução nas taxas de juros de empréstimos e financiamento gerou, a queda não reflete melhora concreta para os consumidores;. O levantamento identificou várias cláusulas abusivas nos contratos e verificou que as instituições financeiras não dão informações suficientes sobre o Custo Efetivo Total (CET, inclui todos os custos e indica quanto, de fato, será pago), ou informa errado, desobedecendo normas do Banco Central. O Idec informa que, no Santander, por exemplo, os juros para a operação foram de 4,79% ao mês, e os do Bradesco eram de 6,31% no período. ;Porém, observados os encargos, o custo total pago pelo cliente no Santander salta para 9,24% ao mês, enquanto o do Bradesco fica em 6,39% ao mês;, informa o Idec.