Os bancos espanhóis precisam de ao menos 40 bilhões de euros (cerca de 50 bilhões de dólares) em recapitalização, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira, em meio a insistentes rumores sobre um resgate europeu a Madri.
A cifra veio de testes de resistência que o FMI aplicou em bancos espanhóis, mas uma funcionária do fundo assegurou que as instituições financeiras precisarão de ainda mais dinheiro para garantir uma "proteção confiável" e "convencer os mercados", explicou uma autoridade do fundo a jornalistas.
A funcionária, que não quis se identificar, falou em conferência por telefone depois que o fundo adiantou a divulgação de um relatório sobre a estabilidade financeira da Espanha que a princípio seria divulgado na segunda-feira.
As pressões da zona do euro cresciam para que Madri pedisse ajuda, talvez neste fim de semana. "No cenário desfavorável, os maiores bancos estariam suficientemente capitalizados para resistir a novas deteriorações (de cenário), no entanto, vários bancos precisariam aumentar suas reservas de capital em cerca de 40 bilhões de euros", explicou o comunicado do fundo que resume o relatório.
"As necessidades de capital desses bancos superariam esta cifra, devido aos custos de reestruturação e a reclassificação de empréstimos", completou o comunicado.
"Do nosso ponto de vista, os testes de resistência são um bom indicador, mas basicamente representam um mínimo do que se necessita", afirmou o funcionário.
Na sexta-feira, as pressões cresciam para que a Espanha pedisse ajuda à Europa para recapitalizar seus bancos, o que poderá ocorrer antes do previsto, talvez neste fim de semana.
Apesar de o governo espanhol, relutante a um plano de ajuda global para sua economia, ter assegurado que "não há decisões tomadas" sobre um eventual pedido de ajuda para os bancos, não se exclui a possibilidade de que neste sábado ocorra em Bruxelas uma reunião de autoridades da zona do euro para tratar do assunto.