Jornal Correio Braziliense

Economia

Copom coloca taxa básica de juros no patamar mais baixo da história

Mesmo num cenário de desaceleração da economia, cuja recuperação está mais lenta que o esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) que, na semana passada, jogou a taxa básica de juros para o patamar mais baixo da história - 8,5% ao ano - avaliou, na ata divulgada nesta sexta-feira (8/6), que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Segundo os membros do Comitê, no documento em que detalham o que levou o colegiado a tomar a decisão de baixar ainda mais a taxa Selic, o consumo das famílias seguirá alto em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

O Copom acredita que esse ambiente de demanda doméstica robusta tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando ao consumo das famílais será impactado também pelos efeitos das ações de políticas recentemente implementadas, que, como se sabe, são defasadas e cumulativas. Para o Copom as iniciativas recentes do governo reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público.

Na ata os diretores do Banco Central destacaram o ainda frágil cenário internacional, que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada. "Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", diz o documento.

Mesmo trabalhando com a hipótese da inflação ficar na meta - as projeções para a inflação medida pelo IPCA, levando-se em conta tanto o cenário de mercado quanto o de referência, estão em torno de 4,5% para este ano e pouco acima da meta de 2013 fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), também de 4,50% - o Copom avalia que qualquer movimento de flexibilização monetária adicional ao que foi feito até agora ainda deve ser conduzido com parcimônia. Assim como na ata anterior, o BC salientou que, mesmo considerando que a recuperação da atividade venha ocorrendo de forma mais lenta do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de políticas implementadas até o momento, qualquer nova ação requer parcimônia.