Jornal Correio Braziliense

Economia

FAO registra brusca queda dos preços dos alimentos no mundo

Os preços dos alimentos no mundo caíram drasticamente em maio, segundo um relatório divulgado em Roma pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que analisa a situação favorável do abastecimento, a incerteza econômica e o valor do dólar. A queda se deveu, em boa parte, às abundantes reservas de cereais para 2012 e 2013, afirma a entidade. O relatório, que mede a evolução mensal dos preços internacionais de uma série de alimentos básicos, estabeleceu que estes baixaram 4% em maio em relação a abril. "Trata-se do nível mais baixo desde setembro de 2011 e 14% abaixo de seu pico de fevereiro de 2011", afirma uma nova da FAO. Apesar disso, os preços continuam altos, admite a agência das Nações Unidas. "Os preços dos produtos agrícolas caíram drasticamente em relação ao seu nível máximo, mas continuam sendo ainda altos e vulneráveis aos riscos ligados às condições meteorológicas e aos críticos meses de crescimento que temos pela frente", enfatizou Abdolreza Abbassian, especialista da FAO. Segundo a agência internacional, a previsão de produção mundial de cereais é de 48,5 milhões de toneladas a partir de maio, principalmente pelas expectativas de uma colheita abundante de milho nos Estados Unidos. "A maior parte deste aumento deve proceder do milho nos Estados Unidos, com um início mais cedo da temporada de semeadura, e as condições de crescimento no geral favoráveis", enfatiza a agência. A produção mundial de cereais secundários será de 1,248 bilhão de toneladas, com um forte aumento de 85 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. "O resultado final dependerá, em boa parte, das condições meteorológicas nos próximos meses", adverte a entidade. O prognóstico para a produção mundial de arroz em 2012 é mais estável e aponta para um aumento de 2,2% a partir de 2011, para situar-se nos 490 milhões de toneladas. A estimativa para o trigo é de uma contração em torno dos 3% da produção em 2012, para situar-se nos 680 milhões de toneladas. No entanto, trata-se de um resultado muito acima da média dos últimos cinco anos. "A utilização mundial de cereais deve expandir-se em pelo menos 2% em 2012/13, até os 2,376 bilhões de toneladas, com um crescimento do uso para rações de 3,8%", afirma a organização. O uso humano de cereais deverá aumentar um pouco mais de 1%, em sintonia com o crescimento da população mundial, segundo os cálculos da entidade especializada.