[SAIBAMAIS]Dublin - Os irlandeses aprovaram o pacto fiscal europeu destinado a melhorar a estabilidade da zona do euro, segundo os resultados oficiais definitivos anunciados nesta sexta-feira (1;/6). No total, 60,3% dos eleitores votaram "sim" no referendo de quinta-feira, contra 39,7% que se pronunciaram contra a ratificação do tratado aprovado em março por 25 dos 27 países da União Europeia, segundo a organizadora da apuração, Riona Ni Fhlanghaile.
A ministra de Proteção Social, Joan Burton, uma das responsáveis pela campanha governamental a favor do "sim", declarou-se "muito feliz" com o resultado. "Acredito que é um forte voto de confiança na Irlanda. Será percebido assim internacionalmente", acrescentou a ministra do Partido Trabalhista, sócio minoritário da coalizão governamental dirigida por Enda Kenny.
A Irlanda é o único país da União Europeia (UE) que convocou uma consulta popular sobre o novo pacto de disciplina fiscal assinado em março por todos os Estados membros da UE, com exceção do Reino Unido e da República Tcheca, e que já havia sido ratificado por quatro dos 12 países necessários para que possa entrar em vigor no dia 1; de janeiro.
Embora um "não" irlandês não impedisse sua implementação, poderia incentivar outros países a rejeitá-lo, num momento em que cresce a oposição à austeridade na Europa. A Irlanda está submetida a um drástico ajuste em troca da ajuda de 85 bilhões de euros (106 bilhões de dólares) acordada em 2010 com a UE e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para resgatar seu setor bancário.
Apesar do descontentamento pelos aumentos de impostos, os irlandeses foram sensíveis à mensagem do governo de que o pacto fiscal dará acesso ao país ao novo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), que entrará em vigor no dia 1; de julho para ajudar os países em dificuldades.