Representantes das centrais sindicais não aceitaram a proposta apresentada nesta quinta-feira (31/5) pelo governo para isentar de Imposto de Renda a participação nos lucros e resultados (PLR) recebida pelos trabalhadores. Entre os pontos em desacordo, estão a faixa salarial de isenção total e o início de vigência da medida.
A proposta apresentada pelo governo foi de isenção total de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil de PLR, de acordo com o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres.
Os sindicalistas consideraram o valor um retrocesso e entregaram uma contraproposta de isenção total do imposto para quem recebe até R$ 10 mil de PLR. A partir desse valor, a isenção seria escalonada.
Outro ponto que não agradou aos representantes das centrais é a proposta de que a isenção passe a valer apenas a partir do próximo ano. Uma nova reunião deve ocorrer no próximo dia 11, de acordo com relato dos sindicalistas.
Para o tesoureiro da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a proposta do governo foi um retrocesso. ;O governo não pode voltar atrás, tinha falado em isenção a partir de R$ 6 mil e em nenhum momento tinha sido colocado que não passaria a valer esse ano;, disse.
Os sindicalistas relataram que o governo calculou em R$ 1,4 bilhão a renúncia fiscal com a isenção do imposto de renda a partir de R$ 5 mil de PLR. Na avaliação de Vagner Freitas, uma isenção mais abrangente traria benefícios para a economia. ;Se o governo quer ser sério com a política de aquecer o mercado e combater a crise, a isenção maior colocaria no mercado interno um valor muito maior de recursos;.
Os integrantes das centrais ainda reclamaram dos constantes adiamentos da reunião para discutir o assunto e da ausência dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Trabalho, Brizola Neto, na reunião de hoje. A reunião foi coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa.