Jornal Correio Braziliense

Economia

Investimentos espanhóis no Brasil caem e Planalto se preocupa com a crise

O governo brasileiro está preocupado com a piora da crise na Europa, sobretudo com a situação na Espanha, um dos países que tradicionalmente mais investe no Brasil. Dados do Banco Central acenderam o alerta no Palácio do Planalto quanto ao tamanho do enrosco em que se encontram os espanhóis. No acumulado de janeiro a abril, o ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), recursos destinados ao setor produtivo, chegaram a apenas US$ 739 milhões - montante 84,27% menor que o registrado em igual período do ano passado. O receio é de que esse número piore ainda mais e que as empresas espanholas instaladas no país tenham de promover arrochos para garantir a sobrevivência de suas matrizes na Europa.

A presidente Dilma Rousseff e a equipe econômica também acompanham com lupa a situação dos bancos europeus, o medo é que o recrudescimento da crise leve à quebra de alguma instituição e que isso contamine o Santander, que no Brasil é o quinto maior em funcionamento. Nos bastidores, a equipe econômica avalia inclusive a possibilidade, a despeito do Banco do Brasil negar, de o banco público vir a tornar-se sócio do espanhol em caso de necessidade, como forma de evitar uma operação de resgate mais danosa aos cofres públicos se houvesse a necessidade. O Santander Brasil, porém, continua bem avaliado pelo mercado e é considerado solvente, sobretudo porque suas captações de recursos têm como origem principal os consumidores brasileiros.