Paris - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, negou nesta quarta-feira (23/5) que os bancos espanhóis, afetados por uma crise de confiança sobre seu nível de solvência, precisem recorrer a algum tipo de resgate externo. A auditoria em curso sobre o sistema bancário espanhol pode revelar a necessidade de alguma recapitalização, "mas, no momento, o governo espanhol não possui nenhum interesse nem nenhuma intenção de pedir ajuda a qualquer fundo da UE ou de qualquer outro organismo", disse Rajoy durante coletiva de imprensa em Paris, junto ao presidente francês, François Hollande.
[SAIBAMAIS]
O setor financeiro espanhol tem sido alvo de numerosos rumores e críticas. O próprio Hollande se declarou favorável, na semana passada em Washington, à ativação de "mecanismos de solidariedade europeia" para apoiar os esforços de recapitalização dos bancos do país. Após ter apresentado grandes quantidades de dinheiro durante a bolha imobiliária espanhola, que estourou em 2008, o setor bancário do país passou a carregar 184 bilhões de euros em créditos duvidosos e edifícios e terrenos confiscados, que representam 60% de sua carteira.
Segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF), as perdas dos bancos espanhóis por sua carteira de crédito podem chegar a 260 bilhões de euros (332 bilhões de dólares) e o setor pode precisar de 60 bilhões de euros para manter sua liquidez e fluxo.