Jornal Correio Braziliense

Economia

Ministro Guido Mantega já faz projeção de PIB de 4% para este ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já trabalha com uma projeção de crescimento da economia brasileira abaixo da meta de 4,5% estipulada pelo governo no início do ano. Ao fazer a apresentação aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal na manhã desta terça-feira (22/5), a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) para 2012 mostrada em sua apresentação aos parlamentares é de 4%. O índice ainda é acima dos 3,09% previstos por grande parte dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) no boletim Focus desta semana.

A instabilidade financeira e política na Europa e a desaceleração dos Estados Unidos tendem a refletir no crescimento da economia brasileira, segundo o ministro. No entanto, ele assegurou que ;o Brasil está mais preparado do que em 2009; para enfrentar essa crise. Anteontem, em coletiva no ministério da Fazenda, o ministro havia dito que PIB não irá crescer 4,5% como o governo vinha prevendo desde o início do ano. Até mesmo as projeções para o avanço da economia no segundo semestre também foram reduzidas. Anteontem, ele afirmou que o PIB deverá crescer entre 4,5% e 5% na segunda metade do ano e não mais 5% e 6% como sua equipe vinha apostando. Ele afirma que o país vai crescer menos, mas acima do que foi o ano passado (2,7%). ;É verdade que já tínhamos desacelerado mais em 2011 e temos as condições para ter um crescimento maior em 2012;, disse Mantega hoje no Senado.

Poupança

[SAIBAMAIS]Convidado pelos senadores para falar sobre as mudanças nas regras da poupança, cuja Medida Provisória 567, publicada em 4 de maio, está sendo analisada por uma comissão mista no ambiente da CAE, Mantega também explicou o novo pacote de medidas anunciado ontem para estimular a compra de automóveis e de máquinas ampliando a oferta de crédito no mercado. O ministro tentou minimizar as preocupações dos senadores e de vários economistas sobre o aumento da inadimplência do brasileiro, um dos principais motivos da escassez de financiamentos no mercado. Ele reforçou que os objetivos do governo é reduzir os juros, fortalecer o mercado interno, manter a solidez fiscal e o controle da inflação, o câmbio favorável, ampliar o crédito e reduzir as taxas de juros do sistema financeiro: redução do custo financeiro, fazer a reforma tributária e as desonerações além de reduzir custo da energia, logística e infraestrutura.

;O aumento da inadimplência é decorrente do aumento do custo (dos juros). E os bancos reagem no sentido de reduzir o crédito, selecionando mais e elevando o custo financeiro, que acaba elevando a inadimplência;, comentou o ministro. ;Temos como reduzir essa inadimplência, liberando mais crédito, reduzindo o custo financeiro e criando formas para reestruturar a inadimplência. Estamos estudando medidas para isso;, completou Mantega.