Washington - A crise da dívida dominará a reunião do G8, que acontece nesta sexta-feira (18/5) e sábado (19/5) nos Estados Unidos, onde o presidente americano, Barack Obama, em campanha para sua reeleição, pedirá aos europeus mais esforços pela retomada do crescimento.
[SAIBAMAIS]Três dias depois de ter assumido a presidência, o francês François Hollande se reunirá na sexta-feira pela manhã com o presidente americano no Salão Oval da Casa Branca, no início de um final de semana repleto de desafios: a reunião do G8 em Camp David dará sequência a um encontra da Otan no domingo e na segunda-feira em Chicago.
Em oposição ao rigor professado pela chanceler alemã, Angela Merkel, o novo presidente francês e o chefe de governo italiano, Mario Monti, também presente na reunião dos oito países mais industrializados, desejam orientar a política econômica de seu país para um maior crescimento.
Washington, preocupado em não parecer intervencionista, disse que a resolução da crise continua sendo responsabilidade dos dirigentes europeus, que se reunirão no próximo dia 23 de maio. Contudo, o conselheiro de segurança nacional de Obama, Tom Donilo, recordou que o resultado destas discussões é muito importante para os Estados Unidos. "A União Europeia, em seu conjunto, é o principal sócio comercial dos Estados Unidos", afirmou.
A economia americana, por sua vez, continua frágil, com uma taxa de desemprego de 8,1% - três pontos superior ao que era antes da crise de 2008 - e Obama tenta convencer os europeus a adotar uma política de reativação similar a sua, com injeção de dinheiro na economia.
Além das questões econômicas, os dirigentes das principais potências abordarão o assunto nuclear iraniano, prévio à reativação de conversações da república islâmica com o "grupo dos seis" em Bagdá, assim como o programa nuclear da Coreia do Norte e a sangrenta repressão na Síria.
O presidente russo, Vladimir Putin, não participará da reunião, delegando a tarefa a seu antecessor e primeiro-ministro Dmitri Medvedev. Moscou e Pequim bloquearam a aprovação de resoluções contra o regime de Bashar al-Assad no Conselho de Segurança da ONU.
Antes de viajar a Camp David na noite de sexta-feira, Obama espera selar acordos com empresas para investir 3 bilhões de dólares em projetos agrícolas e alimentares na África, com a meta de tirar 50 milhões de pessoas da pobreza, segundo a Casa Branca.