O Palácio do Planalto vai continuar a insistir na queda das taxas de juros aos consumidores e também na portabilidade, mas está disposto a ouvir os bancos privados, ainda que as ;afrontas; patrocinadas pela entidade que representa o segmento, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), tenham acirrado os ânimos. O governo, inclusive, deve abrir as portas para negociação, ao menos para os executivos das instituições de maior porte, e olhar com mais atenção para a lista de exigências entregue ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, em abril. A presidente Dilma Rousseff pode ceder em alguns pontos, porém, apenas se tiver garantias sólidas de que a queda nos juros serão repassadas verdadeiramente aos consumidores, sobretudo no crédito imobiliário. A despeito da melhora na relação, ainda não houve nenhuma conversa sobre esses temas e o governo deve avançar, nos próximos dias, apenas em relação à regulamentação do cadastro positivo e o aperfeiçoamento da portabilidade.
Durante as negociações, os banqueiros pretendem pressionar a equipe econômica principalmente em relação aos depósitos compulsórios, recursos que as instituições financeiras são obrigadas a guardar no Banco Central para que não haja excesso de dinheiro em circulação e aumento da inflação. Eles querem que o percentual depositado nos cofres do BC seja menor que o atual ; até março esse montante somava R$ 407 bilhões. Os bancos devem pedir ainda uma redução dos encargos sobre os empréstimos e financiamentos. Segundo executivos dessas instituições, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem caráter regulador, uma redução daria um estímulo ao crédito e à economia.