Jornal Correio Braziliense

Economia

Empresas de capital fechado também devem recorrer ao mercado de capitais

Rio de Janeiro - As empresas brasileiras, mesmo aquelas que tenham capital fechado, podem usar com sucesso o mercado de capitais para financiar seus investimentos. Estudo que será divulgado no Rio, durante o 24; Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), mostra que a medida aliviaria em boa parte o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal financiador do setor produtivo nacional. O encontro será aberto na próxima segunda-feira (14/5) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na sede do BNDES.

De acordo com o estudo, ao acessar esse mercado, as empresas fechadas reduzem o custo do capital e aumentam o prazo para a reposição dos recursos tomados. A proposta faz parte do novo modelo de desenvolvimento do Brasil, baseado na economia do conhecimento, disse o presidente do Fórum Nacional, o ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso.

Outras propostas que serão apresentadas visam à transformação da atual crise econômica em oportunidades para o país, além da modernização das empresas brasileiras pela competitividade internacional, principalmente na área industrial. ;Em lugar de ficar chorando, vamos tornar a nossa indústria competitiva;, sugeriu Velloso. Para ele, o problema da indústria nacional não é produtividade e sim falta de competitividade.

;Precisamos de uma melhora da infraestrutura e logística, que o Brasil tinha e perdeu pelo fato de a Constituição de 1988 ter extinguido os impostos únicos que financiavam a infraestrutura;. O fórum não irá propor, entretanto, a criação de nenhum imposto, ;porque o Brasil já tem imposto demais;.

O objetivo, esclareceu Velloso, é fazer com que haja mais investimentos da União e menos gastos de custeio. ;E fazer com que a União, os estados e municípios deem mais espaço para a iniciativa privada investir;. O uso da economia do conhecimento, que engloba os investimentos em ativos intangíveis, como a inovação tecnológica, contribui para tornar o país mais competitivo", destacou.

O Fórum Nacional apresentará uma novidade, que é o plano de desenvolvimento de favelas para fazer a integração social e econômica dessas comunidades, dentro da ideia de que ;favela é cidade;, informou o ex-ministro. Serão abordados também, entre outros temas, o futuro da inovação no Brasil, o pré-sal e sua contribuição para a transformação da economia e o plano diretor do cinema nacional.