Viúva de um delegado da Polícia Federal, Silvina Augusta está à beira do desespero. Para atender o desejo do marido, de terminar as obras da casa planejada por tantos anos, ela caiu na armadilha do crédito fácil. Primeiro, usou o limite máximo do crédito consignado. Como ainda precisava fazer alguns arremates no imóvel, recorreu a todas as linhas de empréstimos pessoais disponíveis em sua conta-corrente. Para deixar o ambiente um pouco mais bonito, rendeu-se a alguns luxos e estourou o cheque especial e os limites de cartão de crédito. Acreditando poder dar conta de tantas dívidas, percorreu várias financeiras atrás de mais dinheiro a juros altos. Com débitos de R$ 300 mil e várias prestações em atraso, só lhe restou cair nas garras de agiotas, que transformaram a sua vida em um inferno.
As constantes cartas de cobrança de bancos e de administradoras de cartões foram substituídas por telefonemas ameaçadores. ;Ou paga ou vamos tirar tudo o que ainda lhe resta;, é o que mais Silvina tem ouvido do outro lado da linha. Ela, porém, não sabia que havia caído nas mãos de aproveitadores. Todos os empréstimos, a juros de 20% ao mês ou 792% ao ano, foram feitos em escritórios com bandeiras de vários bancos e seguradoras. Nos cartões de apresentação das pessoas que lhe atenderam havia o selo de corretores financeiros e de seguros. Somente depois das ameaças e de pedir ajuda a um advogado, descobriu se tratar de agiotas travestidos de legalidade.