Jornal Correio Braziliense

Economia

Dilma admite que governo avalia alternativas para mudar a poupança

Depois de muito relutar em tocar em um tema tão polêmico, que deve resultar em desgaste político para o governo, a presidente Dilma Rousseff admitiu nessa terça-feira (24/4) pela primeira vez, publicamente, que o governo já avalia alternativas para mudar as regras da tradicional caderneta de poupança. Ela pediu, porém, calma aos que cobram urgência sobre o assunto, que entrou no centro do debate diante da possibilidade de o Banco Central reduzir ainda mais a taxa básica de juros (Selic), fixada, na semana passada, em 9% ao ano. Nada, segundo ela, será feito de supetão. ;Sem dúvida nenhuma, todas as questões vão ser analisadas pelo governo com muita calma, com muita tranquilidade;, afirmou.
[SAIBAMAIS]
A presidente não quis, contudo, assumir um prazo para anunciar as mudanças. Há duas minutas de medida provisória preparadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que devem ser submetidas a Dilma ainda hoje em reunião no Planalto, conforme antecipou o Correio. Nas contas do Palácio do Planalto, se a Selic cair mesmo para 8,50% ou 8,75% no fim de maio, como prevê parte do mercado financeiro, o governo não terá como fugir das alterações da caderneta. E o motivo principal é a possibilidade de o Tesouro Nacional enfrentar dificuldades para financiar a dívida pública, pois os fundos de investimentos que compram títulos federais seriam esvaziados, com os recursos migrando para a poupança.