Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai se apresentar nesta semana como defensor do poder de compra dos estudantes nas universidades de três estados-chave, a fim de mobilizar o grupo de jovens eleitores a seis meses da eleição presidencial americana.
Depois de abordar nas últimas semanas questões sobre as mulheres, energia e uma carga tributária justa, Obama falará na terça e quarta-feira sobre o custo da educação, uma questão incômoda nos Estados Unidos, onde os estudantes deixam o ensino superior com, em média, 25 mil dólares em dívidas.
O presidente democrata já defendeu que seu governo reformou o sistema de empréstimos para estudantes. Mas a taxa de juros pelos empréstimos subsidiados pelo Estado, fixada pela lei em 3,4%, deve dobrar em julho por falta da prolongação deste sistema no Congresso, onde os republicanos estão em uma posição forte.
Obama, que estabelece desde setembro de 2011 aos políticos democratas o desafio de adotar medidas para relançar a economia, reequilibrar o sistema fiscal em favor dos mais pobres e lutar contra o desemprego, pediu no sábado, em seu discurso transmitido semanalmente, que evitem o aumento esperado e concedam créditos fiscais para ajudar os estudantes, em vez de votar "por novos cortes de impostos para milionários".
Ele deve repetir esta mensagem na terça-feira na Carolina do Norte (sudeste) e na quarta-feira no Colorado (oeste) e em Iowa (centro), durante os discursos em universidades públicas de grande porte.
Obama já está acostumado com comícios em ginásios de universidades, onde multidões entusiasmadas garantem os aplausos. Ele já realizou viagens a instituições de ensino, em fevereiro, no Michigan (norte) e, em março, em Ohio (centro).
A Casa Branca negou que as viagens de terça e quarta-feira tenham fins eleitorais.
No entanto, em uma eleição presidencial organizada por estados, cada uma destas regiões, especialmente Carolina do Norte e Colorado, tem importância estratégica para a campanha democrata. Obama venceu nestes locais em 2008, mas os eleitores oscilaram durante as últimas consultas.
O eleitorado jovem teve um papel fundamental na vitória de Obama, há quatro anos, a mensagem de "mudança" e "esperança" de sua campanha convenceu 66% dos eleitores com idade entre 18 e 29 anos.
Mesmo em relativo declínio, o apoio ao presidente democrata continua majoritário entre este grupo demográfico frente ao seu provável adversário republicano Mitt Romney: as últimas sondagens dão-lhe uma pontuação de 61% dos votos no estado.
Mas o desafio para os democratas será conseguir voltar a envolver este grupo que se interessa pouco por política, muito afetado por elevados níveis de abstenção e uma das principais vítimas do aumento do desemprego no início do mandato de Obama.
Apesar da natureza apolítica do movimento professado pela Casa Branca, a equipe de campanha de Obama atacou Romney em relação ao assunto. O candidato, segundo ela, apoiou o projeto de rigor elaborado pelo republicano Paul Ryan votado pela Câmara.
"Estamos esperando para ver como Mitt Romney vai defender seu indefensável apoio ao orçamento Romney-Ryan que permitiu dobrar as taxas de juros dos empréstimos estudantis", afirmou um porta-voz da campanha de Obama, Holly Shulman.