Mesmo com a vigência das novas taxas de juros de bancos públicos e privados, anunciadas nos últimos dias, o trabalho do consumidor de pesquisar em busca de melhores condições deve continuar, segundo o diretor da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Para Oliveira, as reduções anunciadas recentemente podem ser só o início de um processo de queda mais forte das taxas. Mas, segundo ele, atualmente os bancos oferecem reduções em alguns tipos de financiamento ;em que há mais conforto; para as instituições financeiras. Um exemplo é o crédito consignado, mais seguro por ter as parcelas descontadas da folha de pagamento. Esse é um tipo de empréstimo que, em geral, já tinha taxas mais baixas que outras modalidades, destaca Oliveira. No caso do financiamento de carros, segundo ele, para conseguir a taxa mínima é preciso dar entrada de 50% do valor do veículo e financiar o saldo em 12 meses. ;Poucos brasileiros conseguem isso;.
Oliveira também lembrou que as taxas anunciadas pelos bancos, geralmente, são somente as mínimas. Mas, na hora de conseguir o empréstimo, o banco vai olhar o histórico de relacionamento e o risco. Assim, a taxa oferecida para cada cliente pode ser diferente da mínima. Por isso, é preciso ficar de olho nas taxas máximas também. ;O cliente tem que ser proativo. Tem que provocar o banco. Isso vale tanto para quem já tem dívida ou quem vai fazer dívida. É preciso questionar o gerente sobre as reduções das taxas. O banco, para não perder cliente, vai reduzir a taxa;, enfatizou.
Uma ferramenta que pode ajudar na hora de pesquisar as taxas para saber o que está sendo cobrado por bancos e financeiras é um ranking divulgado pelo Banco Central (BC). No site ainda não constam os efeitos das novas taxas anunciadas por alguns bancos, mas é possível observar as grandes diferenças entre as instituições. O levantamento mais recente, feito entre os dias 3 e 10 deste mês, com 90 bancos, mostra que as taxas para o crédito pessoal (incluídas operações consignadas em folha), por exemplo, vão de 1,01% a 18,78% ao mês.
No caso do financiamento de veículos, pesquisa com 46 bancos mostra que a taxa mensal vai de 0,67% a 4,72%. Para o cheque especial (29 instituições), a variação é de 1,88% a 10,34%. Para a compra de bens (38 instituições), de 0,51% para 7,5%.