Jornal Correio Braziliense

Economia

No Brasil, os passageiros conseguem sofrer mais em solo do que em voo

Enquanto a administração privada ainda não desembarca nos maiores aeroportos do país ; Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP) ;, sobram reclamações de usuários com os serviços prestados nos terminais. A falta de equipamentos, pessoal de apoio, tecnologia adequada e padronizações obriga os passageiros a terem uma jornada em solo, entre o avião e o táxi, bem mais longa e tortuosa que o trecho voado. Na média, uma viagem de Brasília ao Rio, de 1h20, pode ser mais curta do que a espera em salas de desembarque, corredores e saguões. Até as autoridades reconhecem o problema, agravado por omissões do marco regulatório e pela falta de investimentos das companhias aéreas.

A vida de quem transita pelos aeroportos do país é, no entanto, um martírio constante. A demora para embarque e desembarque é apenas um dos muitos transtornos para os que pagam por um bom serviço. No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, não faltam exemplos das ineficiências. Começam pela má educação e pouca paciência dos funcionários das empresas aéreas e desembocam nos constantes atrasos das conexões. Que o diga a estudante Wellen Cristina Cruz da Silva, 18 anos. Ela desembarcou na capital do país às 12h30 da última terça-feira, vindo de Boa Vista (RR), e ficou no aeroporto até às 21h aguardando um voo para Marabá (PA), sem qualquer informação. ;Saí de casa às 4h55 da manhã para embarcar, troquei de avião em Manaus, onde esperei duas horas para reembarcar. Passei o dia inteiro viajando e perdi tempo no aeroporto, onde tudo é caro;, diz.