Washington - O ministro argentino da Economia, Hernán Lorenzino, rebateu nesta sexta-feira (20/4) a afirmação do colega espanhol, Luis De Guindos, que disse existir no G20 um "sentimento geral" a seu favor no caso da expropriação da filial argentina da Repsol, a YPF.
"Claramente não concordo com a interpretação do ministro De Guindos", disse Lorenzino a jornalistas, ao informar que "não foi no passado, nem é hoje um tema que esteja sendo discutido no G20".
"É claro que fica fora de contexto qualquer questão bilateral que possa ser suscitada entre os dois países", disse Lorenzino, que descartou uma reunião com De Guindos à margem das reuniões do FMI em Washington, às quais assistem os dois funcionários.
O governo argentino anunciou nesta segunda-feira sua intenção de expropriar 51% das ações de YPF, todas elas provenientes do 57,4% atualmente nas mãos da Repsol, o que provocou a indignação de Madri, que começou nesta sexta-feira a adotar represálias, com o anúncio de que limitará a importação de biodiesel argentino.
"Posso dizer que o sentimento geral é de apoio ao governo espanhol, que se considera que as medidas ou a posição adotada pelo governo argentino é negativa do ponto de vista do que é a segurança jurídica e que tem que ser a previsibilidade nos fluxos de investimento", disse De Guindos no encerramento de um encontro do G20.
[SAIBAMAIS]De Guindos destacou que o apoio ficava evidente no comunicado do G20, que fez um chamado a "proteger o investimento" e "evitar o protecionismo".
"Não lembro desde o ano 2008 a esta parte (...) um comunicado do G20 que não fale do protecionismo, razão pela qual não me parece a interpretação adequada", insistiu Lorenzino.
A Argentina faz parte do G20, enquanto a Espanha, que oficialmente não pertence ao grupo, costuma participar como convidada.