postado em 18/04/2012 08:15
Um dia depois de a presidente argentina Cristina Kirchner anunciar o confisco de 57,4% das ações da petroleira YPF, de propriedade da espanhola Repsol, apareceram as faturas do que pode se transformar em um grande embate internacional, com estragos por todos os lados. O presidente da Repsol, Antonio Brufau, disse que cobrará US$ 10 bilhões em indenizações. ;Esses atos não ficarão impunes;, alertou. Já o vice-ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, um dos artífices da reestatização da petrolífera, assegurou que o seu governo só está cobrando uma dívida de US$ 9 bilhões que a companhia espanhola se recusava a pagar.A disputa que varreu o mundo colocou no centro das atenções dois países que enfrentam crises econômicas gravíssimas e estão com a credibilidade arranhada. A Argentina vê o seu crescimento despencar, dificultando a política populista de Cristina Kirchner. A Espanha mergulhou novamente na recessão, ao tombar 0,3% nos primeiros três meses do ano. No governo do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, teme-se que o golpe imposto à Repsol, estratégica para a quarta maior economia da Zona do Euro, acabe se estendendo a outras empresas com presença maciça na América Latina.