Na primeira operação do tipo em dois anos, o Tesouro Nacional vendeu R$ 3 bilhões em títulos no mercado internacional. Os papéis, atrelados à moeda brasileira e com vencimento em 2024, foram vendidos a investidores norte-americanos e europeus com taxa de retorno de 8,60% ao ano, os menores juros já registrados para esse tipo de título.
O governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais por meio do lançamento de títulos da dívida externa com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 12 anos com a correção dos juros acordada, ou seja, de 8,60% ao ano.
As emissões externas podem ser feitas em dólares ou em reais. Nos títulos vinculados à moeda norte-americana, o Tesouro Nacional assume o risco da desvalorização do real (ou da alta do dólar). Nas emissões em reais, esse risco é repassado aos compradores internacionais, que terão prejuízo caso o dólar suba e a moeda brasileira se desvalorize. Segundo o Tesouro, esse tipo de operação não tem como objetivo principal captar recursos para o governo brasileiro, mas fornecer um referencial de juros para as empresas brasileiras que lançarem títulos no exterior.
Para um país lançar títulos na própria moeda no mercado internacional, os investidores externos precisam estar seguros da capacidade de pagamento no país. As emissões pelo Tesouro Nacional em reais começaram em 2005. A última operação do tipo tinha ocorrido em outubro de 2010, quando o Tesouro obteve juros de 8,85% ao ano com papéis que vencem em 2028.
Taxas menores de juros indicam menor grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Segundo o Tesouro Nacional, a demanda pelos papéis brasileiros permitiu conseguir juros mais baixos no mercado. A procura, informou o governo, foi maior que a oferta de títulos, mas os técnicos não divulgaram o valor exato.
De quarta-feira (18/4) até sexta-feira (20/4), o Tesouro recomprará títulos em reais no exterior, com vencimento em 2016 e 2022. Segundo o Tesouro Nacional, a aquisição tem como objetivo melhorar o perfil e alongar o prazo da dívida pública externa. Atualmente, o Tesouro tem R$ 3,44 bilhões em títulos em reais que vencem em 2016 e R$ 3,06 bilhões com vencimento em 2022 em circulação no mercado internacional.
O Tesouro Nacional estenderá a emissão ao mercado asiático, onde pretende lançar mais R$ 300 milhões. Caso todos os papéis sejam vendidos, o governo terá captado R$ 3,3 bilhões. O resultado final da operação será divulgado nesta quarta (18/4).