Pequim - A China registrou novamente em março um excedente comercial, mas seus exportadores continuam sofrendo com a crise da dívida na Europa e com a recuperação titubeante nos Estados Unidos, enquanto que o crescimento das importações tem desacelerado. O excedente comercial subiu para 5,35 bilhões de dólares, após um déficit de 31,5 bilhões de dólares em fevereiro, de acordo com dados publicados nesta terça-feira pelas alfândegas chinesas.
As exportações aumentaram 8,9% em ritmo anual, a 165,66 bilhões de dólares, enquanto que as importações chegaram a US$ 160,31 bilhões, uma alta de 5,3%, o que indica uma forte desaceleração do crescimento do comércio exterior da segunda maior economia mundial. O superávit surpreendeu os analistas ouvidos pela agência Dow Jones, que projetavam um déficit médio de 3,2 bilhões de dólares. No conjunto do primeiro trimestre, a China registrou um leve superávit comercial, de 670 milhões de dólares, apesar de suas exportações terem crescido 7,3% no período.
Neste período, as exportações se elevaram a 430 bilhões de dólares, destes, 253 bilhões de dólares foram arrecadados pelas vendas de maquinário e produtos eletrônicos. Em 2012, o crescimento previsto do comércio exterior do maior exportador do planeta se situará em torno de 10%, muito inferior aos 20,3% registrados no ano passado, e as importações devem crescer 24,9%. Os intercâmbios comerciais com a União Europeia evoluíram no primeiro trimestre em 2,6%, para 126,870 bilhões de dólares, e 9,3% (106,770 bilhões de dólares) com os Estados Unidos. O comércio bilateral com a Rússia é o que tem registrado maior crescimento, com 33% em um ano, a 21,490 bilhões de dólares.
A China prevê publicar na sexta-feira o dado de crescimento para o primeiro trimestre, que deve indicar desaceleração, segundo especialistas. De acordo com os analistas ouvidos pelo jornal econômico Diyi Caijing Ribao (China Business News), o crescimento do PIB se situará em torno de 8,4%, contra 8,9% no quarto trimestre de 2011 e 9,2% no conjunto do ano passado. Contudo, a desaceleração do crescimento do comércio exterior não afeta a todas as regiões chinesas de maneira uniforme.
Algumas províncias do interior começaram a reduzir o atraso com relação às províncias costeiras, onde se concentravam até agora as empresas exportadoras. Enquanto as exportações de Guangdong (sul) aumentaram apenas 5,4% no primeiro trimestre, as de Chongqing (sudoeste) e Henan (centro) cresceram 150% e 140%, respectivamente, segundo as alfândegas.