Os brasileiros estão gastando cada vez mais com medicamentos. A fatura deste ano chegará a R$ 63 bilhões, 13% a mais do que em 2011, salto duas vezes maior do que o reajuste de 5,85% nos preços que passou a vigorar em 1; de abril último. A classe C se tornou o grande destaque entre o público consumidor, segundo pesquisa do Ibope. Por uma simples razão: com o aumento da renda, passou a ter acesso a remédios que antes só tomavam se fossem doados pelo poder público. Ainda assim, os consumidores cortam um dobrado para cuidar da saúde. Em média, cada um gasta R$ 386,43 por ano, mais da metade de um salário mínimo, de R$ 622.
A funcionária pública Marly Licassali, 49 anos, sabe muito bem o peso dessas despesas. Todo mês ela desembolsa R$ 350 com produtos para combater o entupimento em uma das veias do coração ( Selozok, Aspirina Prevent e Rusovas), para tiróide (Levotiroxina) e para emagrecimento. Marly diz, aliviada, que o risco de cirurgia foi descartado pelos médicos.