Madri - Os espanhóis se preparam para uma greve geral na quinta-feira (29/3) para protestar contra a reforma trabalhista e as medidas de austeridade do governo conservador, que devem apertar ainda mais o orçamento do Estado para 2012, que será apresentado na sexta-feira (30/3). Ignacio Fernández Toxo, secretário-geral do sindicato Comissões Operárias (CCOO), principal patrocinador da mobilização junto a outra central majoritária, a União Geral de Trabalhadores (UGT), assegurou ser uma resposta justa a uma reforma brutal das relações trabalhistas.
Os sindicatos querem protestar contra uma reforma trabalhista, aprovada no dia 11 de fevereiro pelo governo conservador de Mariano Rajoy, que tem por objetivo relançar a criação de empregos em um país com uma taxa de desemprego recorde de 22,85%, que castiga especialmente os jovens de menos de 25 anos (48,6%). Os organizadores do protesto consideram que esta reforma apenas torna as demissões mais baratas e "não vai resolver nem a crise de emprego, nem a crise econômica".
A greve "não vai servir para corrigir os problemas da Espanha", afirmou Rajoy na terça-feira em Seul, convencido dos benefícios das medidas adotadas até agora por seu governo (aumento de impostos, cortes orçamentários) para tentar reduzir o déficit público espanhol de 8,5% do PIB do fim de 2011 a 5,3% neste ano e relançar a economia. Mais de 100 manifestações foram convocadas em todo o país, sendo uma das maiores a que percorrerá pela tarde o centro de Madri a partir da Praça de Netuno até terminar na emblemática Porta do Sol.