Jornal Correio Braziliense

Economia

Dilma critica políticas impostas pela Eurozona para superar a crise

Nova Délhi - A presidente Dilma Rousseff criticou nesta quarta-feira (28/3), em Nova Délhi, as políticas de austeridade que a Eurozona impõe para superar a crise da dívida. Em um discurso pronunciado na Universidade de Nova Délhi, onde recebeu um título de doutor honoris causa, a presidente recordou que a crise não será superada com "simples medidas de austeridade, consolidação fiscal e desvalorização da força trabalhista".

No texto por escrito distribuído à imprensa, há uma frase que não foi lida pela presidente em sua apresentação, na qual ataca as "políticas expansionistas que provocam um verdadeiro ;tsunami monetário;, que levaram a uma ;guerra cambial; e introduziram novas e perversas formas de protecionismo no mundo".

A frase faz referência à política tanto dos Estados Unidos como do Banco Central Europeu de inundar o mercado de dinheiro para contra-atacar a crise e que está desvalorizando o dólar e o euro, com o que os investidores buscam refúgio em moedas como real brasileiro, o iene japonês ou o franco suíço, valorizando suas moedas e dificultando sua capacidade exportadora, em particular no caso do Brasil.

Dilma está na Índia para participar na IV cúpula das potências emergentes, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Neste sentido, apelou ao "crescente peso" das economias emergentes que "reforça nossa credibilidade e acentua o potencial de nossa cooperação bilateral e a inserção internacional".

A presidente também recordou que o Brasil e a Índia terão um papel central a desempenhar na solução dos principais assuntos da agenda internacional da reunião que dura até esta quinta-feira (29/3). Este ato na Universidade de Nova Délhi, viveiro de políticos e funcionários públicos indianos, faz parte da agenda bilateral que Dilma Rousseff cumpre na maior democracia do mundo, com 1,2 bilhões de pessoas.

Depois da reunião de cúpula dos Brics, Dilma Rousseff prosseguirá na sexta-feira (30/3) com encontros com as autoridades máximas do Estado e uma provável visita privada, o sábado, ao Taj Mahal, em Agra, um dos principais destinos turísticos da Índia.