Bruxelas - A Eurozona deve reforçar as barreiras contra a crise da dívida a mais de um trilhão de euros com o objetivo de cobrir as necessidades financeiras de seus membros mais vulneráveis, como Espanha ou Itália, afirmou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um relatório divulgado em Bruxelas.
Neste sentido, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF, fundo de resgate temporário) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), que deve entrar em vigor em julho, devem "cobrir as necessidades dos países vulneráveis da Eurozona (ou seja, um trilhão de euros até 2014) e contribuir para a recapitalização dos bancos europeus".
A ideia é dar confiança aos mercados, "mesmo que seja pouco provável o uso de financiamentos desta magnitude", destacou a OCDE, que recentemente exigiu que a Eurozona "construa a mãe de todas as barreiras" para acabar com a crise da dívida. Mas a proposta da OCDE tem, no momento, poucas possibilidades de êxito, especialmente depois que Berlim aceitou na segunda-feira ampliar ao mínimo a dotação do MEDE.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na segunda-feira que o MEDE "deve permanece de forma permanente" nos 500 bilhões de euros acordados inicialmente. Mas ela parece disposta agora a acumular os fundos já concedidos pelo FEEF (quase 200 bilhões) aos do MEDE, o que permitiria elevar a 700 bilhões de euros a capacidade total de empréstimos.