Jornal Correio Braziliense

Economia

Contra a crise, Dilma se apega à economia para retomar o crescimento

A presidente Dilma Rousseff deu seguimento ontem a uma jogada que no xadrez é conhecida como roque ; move-se duas casas ; para colocar o rei em segurança. Para enfrentar a maior crise com a base aliada no Congresso desde o início do seu governo, ela abriu as portas do Palácio do Planalto para 28 megaempresários dos setores produtivo e financeiro. Foi o mesmo movimento realizado há duas semanas ao receber representantes das seis centrais sindicais. A estratégia é ter a seu lado as duas forças que movem um país ; o capital e o trabalho ; para minar eventual boicote dos parlamentares ao seu governo. O encontro com a nata do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro saiu melhor que o esperado. A presidente conseguiu um voto de confiança dos presentes.

Dilma já fisgou a elite do empresariado ao abrir o encontro dizendo que os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, só teriam cinco minutos, cada um, para suas apresentações. Depois, os convidados teriam todo o tempo disponível para falarem o que achassem necessário. Eles ficaram entusiasmados. Por isso, a reunião, prevista para as 10h e iniciada às 10h40, foi até 14h30. E só terminou porque, naquela altura, todos estavam morrendo de fome.