Em reunião, nesta quinta-feira (22/3), com a presidente Dilma Rousseff e ministros, empresários receberam a garantia do governo de que continuará agindo no sentido de reduzir os juros e proteger o real ante a desvalorização do dólar. Mantega garantiu aos empresários que serão adotadas medidas para reduzir o custo financeiro e ampliar a desoneração da folha de pagamento.
;O governo vai criar ainda mais facilidades para reduzir o custo do investimentos. O que vamos fazer é reduzir tributos sobre investimentos, custo da folha salarial, juros, custos financeiros. Estaremos viabilizando mais investimentos por que estaremos reduzindo os custos para eles [empresário]", disse Mantega após a reunião.
Na reunião, os empresários relataram preocupação com a valorização cambial, a elevada carga tributária, os juros e as deficiências de infraestrutura. Mas o ministro da Fazenda disse que, apesar da preocupações, os empresários demostraram interesse em aumentar os investimentos privados e o governo sinalizou que vai apoiar, com investimentos, os planos de expansão do setor privado.
;O setor público vai aumentar investimentos e o setor privado está se comprometendo também em elevar os investimentos. Ouvimos a apresentação de projetos de investimentos de grande magnitude, de 5, 15 e, até, 20 bilhões de dólares. Percebemos que os vários setores estão animados para fazer grandes investimentos, de modo a viabilizar esse crescimento maior;, disse Mantega, que prometeu promover mais quatro reuniões com os empresários ao longo do ano.
Ele lembrou, no entanto, que a maior responsabilidade de aumentar investimentos é da iniciativa privada, já que o governo participa com, no máximo, 3% dos 20% que constituem o investimento total do país em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
A dona da rede de lojas Magazine Luiza, Luiza Trajando, disse que a presidente Dilma Rousseff ouviu mais do que falou. ;O Brasil tem hoje um mercado consumidor que ninguém tem. Agora, a nossa reclamação é sempre a carga tributária;.
O governo vem discutindo com empresários a desoneração da folha de pagamento. A proposta é que, no âmbito do Plano Brasil Maior, lançado no ano passado, a alíquota da contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seja reduzida de 20% para zero e o empresariado opte pelo recolhimento de 1,5% sobre o faturamento. A indústria pede uma alíquota menor ou, até mesmo, o fim dessa contribuição.