Londres - O Reino Unido elevou nesta terça-feira (20/3) a previsão de crescimento de 2012 para 0,8%, mas reduziu para 2% a projeção de crescimento para 2013, anunciou nesta quarta-feira (21/3) o ministro de Finanças britânico, George Osborne, ao apresentar o orçamento ao Parlamento. As previsões anteriores, anunciadas em novembro passado, eram de 0,7% para este ano e de 2,1% para o ano que vem.
No longo prazo, a previsão para 2014 é de 2,7%, e de 3% para 2015 e 2016, disse o ministro, citando as cifras do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês), um organismo independente instaurado pelo governo para supervisionar as finanças públicas. A economia britânica apresentou contração de 0,2% no último trimestre de 2011, gerando temores quanto ao seu desempenho em 2012. Osborne, no entanto, disse que a OBR prevê que o Reino Unido evitará a recessão e voltará a crescer no primeiro trimestre deste ano.
Osborne anunciou também nesta quarta-feira uma redução de 50% para 45% da taxa de imposto para os maiores salários a partir de abril de 2013, em meio à apresentação do orçamento. O ministro afirmou que a taxa é a mais alta do G20, o grupo das principais economias desenvolvidas e emergentes, e que ela é amplamente reconhecida por organizações empresariais e observadores internacionais como prejudicial para a economia britânica.
Antecipando as críticas da oposição e sindicatos, em um momento no qual os britânicos atravessam tempos difíceis, Osborne justificou a decisão dizendo que se somadas todas as medidas anunciadas, os ricos pagarão mais. A inflação, por sua vez, voltou a recuar no Reino Unido em fevereiro, para 3,4%, sua taxa mais baixa em 15 meses, segundo dados divulgados na terça-feira pelo Instituo Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). Apesar de a queda ter sido ligeiramente inferior à esperada pelos analistas, trata-se do quinto recuo consecutivo desde que a taxa atingiu em setembro a máxima em três anos, com 5,2%. Em janeiro, a inflação foi de 3,6%.
O Banco da Inglaterra (BoE) prevê que a taxa de inflação continuará caindo nos próximos meses e voltará a se situar dentro de sua meta de 2% no decorrer do terceiro trimestre. Contudo, os economistas alertaram que a taxa pode não cair tão rapidamente como se pensava, devido a um aumento dos preços do petróleo.
Chris Williamson, economista-chefe da consultora Markit, concordou que os preços do petróleo serão o maior desafio nos próximos meses e considerou que as previsões do BoE podem parecer otimistas.