O ministro das Comunicações, Paulo Bernando, disse nesta terça-feira (20/3) que as empresas vencedoras do leilão das faixas de frequências para a quarta geração de telefonia celular (4G), previsto para junho, serão obrigadas a expandir a cobertura da terceira geração (3G) nas cidades de médio e pequeno portes, que ainda não contam com a tecnologia móvel.
;O leilão da 4G é importante porque o Brasil tem que estar alinhado com as principais tecnologias mundiais. Mas, no edital, estará prevista a obrigatoriedade de os vencedores do leilão [da 4G] darem continuidade à implementação da 3G nas cidades do interior;, assegurou o ministro.
Atualmente, a terceira geração da telefobia celular está presente em 3 mil municípios. Mas, segundo Paulo Bernardo, a 3G ainda não foi implantada em todo o país, como o governo pretendia, apesar dos investimentos feitos pelas operadoras. ;É possível que as empresas não tenham alcançado o retorno que esperavam;, avaliou o ministro.
O ministro das Comunicações reconhece a principal crítica feita à tecnologia 3G, que é lentidão na conexão. Para Paulo Bernardo, o problema é resultado de uma conta desequilibrada entre os investimentos feitos pelas empresas e o volume de clientes. ;As empresas venderam muito. Estimaram 500 usuários e venderam [os serviços] para mil. Essa sobrecarga vai ter que ser vencida com investimentos;, sentenciou o ministro.
Na opinião de Paulo Bernardo, a baixa qualidade dos serviços também afeta outros segmentos das telecomunicações no país. Além da falta de planejamento no balanço entre serviços prestados e investimentos na rede, há um clima, segundo ele, de ;acomodamento; das empresas.
Ele aproveitou para criticar as operadoras de telefonia fixa, que estão perdendo clientela ao longo dos últimos anos. ;Se eu perdesse 1,5 milhão de clientes em um ano [resultado das concessionárias de telefonia fixa em 2011], eu acordaria no meio da noite para pensar no que fazer;, disse Paulo Bernardo. De acordo com o ministro, as concessionárias não estão perdendo mercado para a telefonia celular, mas para as próprias concorrentes do segmento de telefonia fixa. "O país não experimentou uma queda do segmento [de telefonia fixa], mas é preciso repensar o serviço", disse o ministro, se referindo não só à qualidade, mas também aos preços cobrados. ;Os números sugerem que as pessoas querem o telefone fixo. Mas as redes estão defasadas e a assinatura básica custa R$ 40 para o consumidor;, afirmou o ministro.