O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, retornou da Cidade do México otimista quanto à possibilidade de o Brasil renegociar o acordo bilateral do setor automotivo, de modo que atenda aos interesses dos dois países. A revisão do acordo pode ser definida nos próximos dias.
Ao participar nesta quinta-feira (15/3) da inauguração de uma fábrica de vidros planos em Goiana (PE), Pimentel revelou ao governador anfitrião, Eduardo Campos, que a reunião, nesta quarta-feira (14/3), com autoridades mexicanas e com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, mostrou um quadro propenso a um desfecho rápido.
O ministro Patriota continua no México para tratar do assunto, em negociações com os ministros mexicanos de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, e da Economia, Bruno Ferrari. O chanceler brasileiro tenta garantir os termos da carta do governo brasileiro, enviada no último dia 8, para que o México limite as exportações de veículos para o Brasil à cota de US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 2,5 bilhões) pelos próximos três anos.
A cota, confirmada pela assessoria do ministro Pimentel, foi fixada com base no valor médio das exportações de carros mexicanos para o Brasil nos últimos três anos, que cresceram bastante e contribuíram para o déficit brasileiro de US$ 1,7 bilhão no comércio com o México no ano passado.
O crescimento acentuado das exportações de veículos mexicanos levantou suspeitas do governo brasileiro de que montadoras dos Estados Unidos, da China e da Europa estariam usando aquele país como plataforma de vendas para o Brasil, se livrando da taxação de 35% imposta aos automóveis fabricados fora do Mercosul e do México.