Jornal Correio Braziliense

Economia

Exportações para os EUA ajudam no saldo positivo da balança comercial

O resultado positivo da balança comercial brasileira, de US$ 1,715 bilhão, foi alavancado pela retomada das importações dos Estados Unidos. Pelo segundo mês consecutivo, o mercado norte-americano foi o principal destino das exportações brasileiras. No acumulado do ano, as exportações brasileiras somaram US$ 34,169 bilhões. Nesse período, as exportações brasileiras cresceram 38,2% para os Estados Unidos.

A participação norte-americana alcançou 13,6% nas vendas externas, somando US$ 4,645 bilhões em compras brasileiras. A média diária dos embarques externos para a maior economia mundial saiu de US$ 85,2 milhões, há um ano, para US$ 119,2 milhões, no mesmo período analisado.

Mesmo com os números positivos, essa situação deve se reverter no próximo mês, quando começam as exportações de soja. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, essa fase dos EUA liderando os destinos das exportações brasileiras é ;momentânea; e deve mudar de posição a partir deste mês, quando as exportações de soja saem do período de entressafra. O produto é mais consumido pela China, que liderou os embarques externos brasileiros em 2011.

;Existe uma queda contínua da participação americana, que já chegou a 25%. Ainda sem as exportações da soja, os Estados Unidos se recuperaram, mas a China é de fato o primeiro destino das exportações brasileiras. Esse cenário atual vai mudar;, comentou. Entre os itens mais exportados estão o petróleo, máquinas e equipamentos, siderúrgicos, aeronaves e partes, entre outros.

;O petróleo representa cerca de 35% de tudo que os Estados Unidos compram. Esse crescimento se deve à diversificação de fornecedores de petróleo aos americanos. Se eles decidirem usar as reservas nacionais, seremos afetados;, acrescentou Castro.

De acordo com o consultor de comércio exterior Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), esse crescimento de vendas externas aos Estados Unidos pode ser considerado ;sazonal;, no entanto, agrega ;maior valor; aos itens exportados.

;Eu vejo com bons olhos essa relação. Não acredito que vá se manter ao longo do ano, mas é importante promover maior comércio entre os Estados Unidos e o Brasil. Ainda existe um potencial grande de comércio a ser explorado por se tratarem de duas grandes democracias e dois países de economia de mercado com potencial de crescimento estratégico e econômico;, apontou Barral.

Com o propósito de intensificar a parceria comercial entre os dois países, a presidenta Dilma Rousseff confirmou viagem aos Estados Unidos em abril. O encontro com o presidente Barack Obama está agendado para ocorrer no dia 9.