O tombo registrado pela economia brasileira em 2011 mostrou que, apesar dos esforços do governo em promover o crescimento, a atividade avança a passos lentos e abaixo de seu potencial. O cenário desfavorável, porém, não minimizou o drama vivido pelas empresas em busca de mão de obra qualificada. Levantamento do Correio mostra que o deficit de trabalhadores chega a quase 265 mil profissionais, se consideradas apenas 12 funções específicas (veja o quadro). Quando o cálculo é feito levando em conta o setor da construção civil, porém, o número salta para 515 mil. O apagão atinge todas as ocupações, dos postos de base aos mais complexos, e as companhias não conseguem encontrar nem mesmo caminhoneiros em número suficiente para atender a demanda.
O economista José Márcio Camargo, da Opus Investimentos, explica que, com o crescimento da economia nos últimos anos, o Brasil atingiu um patamar histórico de baixo desemprego. As empresas absorveram praticamente toda a mão de obra capacitada disponível. Em dezembro, a taxa de desocupação foi de 5,5%, a menor para o mês desde o início da série histórica, em março de 2002. Mesmo assim, ainda há 1,3 milhão de pessoas à procura de uma vaga. A escassez, diz Camargo, está na qualificação. ;O problema é que o nível educacional dessas pessoas é baixo;, diz o especialista.