Paris - A troca da dívida grega nas mãos de credores privados - que têm até esta quinta-feira (8/3) às 20h GMT (17h de Brasília) para decidir sobre sua participação - é uma operação complexa que visa reduzir a dívida total do país em cerca de 107 bilhões de euros.
Estes são os dados principais:
O montante da dívida afetado por este comércio grego é de 206 bilhões de euros. Destes, 177 bilhões são formados por direitos gregos (86% do total) e todas as outras obrigações estão sob o direito internacional.
O governo grego deve anunciar até as 06h GMT (03h de Brasília) o nível de participação nesta transação.
O objetivo é reduzir o peso da dívida, que chega atualmente a 160% do PIB, para 120,5% em 2020.
No total, os bancos, seguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão perderão cerca de 107 bilhões dos 206 bilhões de euros que possuem em ativos.
Para cada 100 euros de dívida, a Grécia pretende oferecer novos títulos no valor de 46,5 euros e os investidores teriam que renunciar ao resto.
Com isso, eles devem receber dois tipos de diplomas: um emitido pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) por 15% do valor inicial e outros títulos emitidos pela Grécia por 31,5% do valor inicial, de modo que os detentores da dívida privada perderão 53,5% de seu investimento.
Para que a operação resulte em uma ajuda à Grécia, será necessário que os credores privados participem de forma massiva. A meta do governo é chegar a 90% de participação para que o perdão seja considerável.
Para conseguir isso, a Grécia exige que os credores privados aceitem que essa troca represente ao menos 75% do total da dívida em questão (206 bilhões).
O governo grego introduziu, retroativamente, cláusulas de ação coletiva (CAC) nos contratos para os títulos suscetíveis à troca.
Estas cláusulas permitem a imposição a todos os credores de uma modificação que foi aceita por apenas uma parte e que só afetaria os títulos de direito grego.
Para que o CAC possa ser implementado, é preciso a participação de 50% do montante afetado pela troca de dívida, depois que 66% (dois terços) dos participantes votarem pela ativação destas cláusulas.
Concretamente, a Grécia tem agora a capacidade de obrigar quase todos os detentores de dívida de títulos gregos a aceitar a troca.