Atenas - Os gregos sairão novamente nesta quarta-feira (22/2) às ruas para protestar contra os novos cortes, ao mesmo tempo em que o Parlamento tenta agilizar a aprovação da nova legislação imposta pela Eurozona em troca de um gigantesco pacote de ajuda e do perdão parcial da dívida em mãos privadas.
As manifestações serão realizadas enquanto a Comissão Econômica do Parlamento começa a examinar o projeto de lei sobre o acordo com os credores privados para o perdão parcial da dívida grega, em caráter de urgência. No dia seguinte ao acordo alcançado com muitas dificuldades pelos ministros de Finanças da zona do euro em Bruxelas, a resposta das centrais sindicais, como era de se esperar, foi negativa.
"Todos juntos podemos barrar os novos cortes das aposentadorias", afirma a Confederação Geral de Trabalhadores (GSEE) e a Federação de Funcionários públicos (Adedy), que convocaram os manifestantes para a Praça Syntagma às 14h GMT (12h de Brasília), em frente ao Parlamento.
[SAIBAMAIS]A situação social continua muito tensa no país. A última grande mobilização, realizada em 12 de fevereiro, levou às ruas 100.000 gregos, sendo 80.000 deles em Atenas, após a aprovação pelo Parlamento do novo programa de austeridade. Na madrugada de terça-feira (21/2), a Eurozona finalmente aprovou o novo plano de resgate para a Grécia, que poderá totalizar 237 bilhões de euros.
"Alcançamos um acordo amplo que inclui uma ajuda pública e um perdão da dívida sem precedentes dos bancos credores do país, destinados a garantir o futuro da nação na zona do euro", declarou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, à imprensa. "Esse pacto garantirá a permanência de Atenas na zona do euro", completou ele após a reunião de quase 13 horas dos 17 ministros de Finanças da Eurozona.
O acordo obtido reduzirá a dívida grega a 120,5% do PIB em 2020, disse uma fonte europeia. A dívida equivale atualmente a 160% do PIB (350 bilhões de euros) e a meta inicial era reduzi-la a 120% até o mesmo período.