México - A reunião informal dos chanceleres do G20 foi concluída na segunda-feira no balneário mexicano de Los Cabos (noroeste) com um pedido do México, país que preside o grupo, para que os países não caiam na tentação do protecionismo em um contexto de crise financeira. A reunião, que foi realizada durante domingo e segunda-feira e foi dedicada a analisar a governança internacional, o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar, deu atenção especial ao tema do comércio, disse Patricia Espinosa, chanceler mexicana, em uma coletiva de imprensa ao término do encontro.
Falamos de "evitar o protecionismo porque pode nos levar a um efeito negativo para retomar o crescimento econômico", afirmou Espinosa. As preocupações sobre o comércio foram levadas à mesa pela secretária americana de Estado, Hillary Clinton, quando, em sua primeira participação, convocou as principais economias do mundo a promover um sistema de intercâmbios comerciais baseado em regras e a garantir a transparência das empresas apoiadas pelo Estado.
Todos os países se beneficiariam, assim, de um "sistema baseado em regras", disse Hillary em alusão à China. E sustentou que os países que gozam de "concorrência aberta, livre, transparente e justa têm um interesse vital em protegê-la e uma responsabilidade de cumprir as regras". As deliberações dos chanceleres do G20, as maiores economias mundiais, ocorreram uma semana antes da reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais na Cidade do México para tentar chegar a um consenso para ampliar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), num momento em que a Europa enfrenta uma crise.
O presidente Felipe Calderón se referiu na segunda-feira em um discurso dirigido aos ministros a urgência de melhorar as regras mundiais dos bancos e organismos financeiros, instituições que, acrescentou, devem assumir sua responsabilidade na crise. "Os que concederam créditos, os bancos e as instituições financeiras, também devem assumir esta perda", disse Calderón. O presidente mexicano disse que o comércio global é uma peça estratégica do crescimento econômico na segunda década do século.
O desafio exige que as economias "grandes e poderosas com fortes superávits de conta corrente e balança comercial fortaleçam e expandam seu mercado interno para fazer suas economias crescerem e, ao mesmo tempo, fortalecer a economia global", considerou o presidente mexicano. Nas negociações deste fim de semana, os ministros buscaram destravar assuntos relativos à governança internacional, desenvolvimento sustentável e segurança alimentar que se estancaram na ONU e em outros organismos multilaterais.
A reunião informal de chanceleres, a primeira em seu gênero desde a criação do G20, terminou sem uma declaração oficial. O México instituiu "uma discussão livre" como um marco anterior à cúpula que irá ocorrer em junho neste exclusivo balneário do Pacífico mexicano.