Madri - Uma centena de agricultores atiraram nesta terça-feira (14) 200 quilos de tomates nos escritórios do Parlamento Europeu, em Madri, ao mesmo tempo em que pediram aos eurodeputados que não os traíssem na votação desta quinta-feira sobre um acordo agrícola ampliado entre a União Europeia (UE) e o Marrocos.
"UE, não traia nossa agricultura", proclamava um cartaz levado por manifestantes vindos da Andaluzia.
Segundo os agricultores, o projeto oferece mais vantagens ao Marrocos em matéria de exportações do que o acordo atual, em vigor desde 2.000.
Segundo Andrés Gongora, dirigente do setor de frutas e hortaliças da organização agrícola espanhola COAG, "isto vai acarretar a perda de milhares de postos de trabalho em determinadas zonas de produção, como Andaluzia, Murcia, Valencia, regiões já bastante deprimidas", acrescentou.
A Andaluzia, com uma taxa de desemprego de 31,33%, possui uma grande vocação agrícola e é uma das regiões mais ameaçadas.
Com 250.000 sítios agrícolas especializados em frutas e em hortaliças frescas, a Espanha é um dos principais países exportadores destes produtos no mundo, segundo a COAG.
O setor emprega a metade dos agricultores na Espanha e teve um excedente comercial de 7,16 bilhões de euros em 2010, segundo a mesma organização.