A quarta-feira 31 de agosto de 2011 entrou para a história do Banco Central. Ainda que o motivo principal seja de conhecimento de pouquíssimos funcionários da autoridade monetária, por pouco não houve uma implosão da diretoria comandada por Alexandre Tombini. Tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um inesperado corte de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), de 12,50% para 12% ao ano, o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton, gritou: ;Eu não sou político. Não compartilho dessa decisão;. E deixou a sala de reuniões do 20; andar batendo a porta.
Ele e Altamir Lopes, diretor de Administração, foram votos vencidos ; cinco foram a favor da baixa dos juros. Os dois não viam razão, não naquele momento em que a inflação estava acima de 7% no acumulado de 12 meses, para que o BC cedesse às pressões do Palácio do Planalto e do Ministério da Fazenda para reduzir os juros. Dias antes da decisão do Copom, a presidente Dilma havia enfatizado que os juros cairiam e o ministro Guido Mantega fez questão de anunciar um arrocho adicional de R$ 10 bilhões nos gastos públicos para forçar o afrouxamento monetário.
A irritação de Hamilton, funcionário de carreira do BC, provocou espanto e, sobretudo, temor de que o racha dentro da instituição se tornasse público. A preocupação aumentou porque Hamilton se recusou a atender pelo menos três telefonemas de Tombini. Segundo relataram técnicos do BC ao Correio, o diretor bateu várias vezes o telefone no gancho. Os dias que se seguiram foram de muito nervosismo. Mas o presidente do BC acabou contornando a situação depois que os indicadores passaram a mostrar uma forte desaceleração da economia brasileira e o agravamento da crise europeia.
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