Após quatro meses sem intervir no mercado de câmbio à vista, o Banco Central decidiu voltar à ação para segurar a queda do dólar. Ontem, realizou o primeiro leilão do tipo no ano. A instituição não divulgou o tamanho da operação, mas informou que comprou a moeda norte-americana a R$ 1,717. Para especialistas, essa foi uma das muitas intervenções que ainda estão por vir, sobretudo se a cotação continuar a beirar R$ 1,70, valor definido como piso extraoficial pelo BC, presidido por Alexandre Tombini. A dúvida, porém, é quanto fôlego e determinação a equipe econômica ainda tem para enfre ntar a tendência de fortalecimento do real, que dificulta o fechamento das contas externas do país.
Na avaliação de economistas, com exceção das iniciativas tradicionais de enxugamento de dólares promovidas pelo BC, praticamente não há mais opções. ;Qualquer medida que fuja desse contexto de leilões pode ser drástica demais para o mercado e aumentar os prêmios de risco;, ponderou Bruno Lavieri, economista da Tendências Consultoria. ;Não acredito na possibilidade de mudanças tributárias ou outra coisa diferente dos leilões. Mudar alguma regra no meio do caminho pode ser negativo para o país;, observou José Roberto Carreira, economista da Fair Corretora.
Antes da intervenção de ontem, o BC havia tentado segurar o dólar por meio do mercado futuro, mas não obteve o resultado esperado, já que a cotação continuou a derreter. Sem opção, a instituição optou por voltar aos leilões à vista. ;Essa intervenção à vista vai continuar nos próximos dias;, afirmou Carreira. Com a movimentação da autoridade monetária, o dólar reagiu e se valorizou 0,59%, terminando o dia cotado a R$ 1,727.
A matéria completa você lê na edição impressa desta terça-feira (7/2) do Correio Braziliense