O economista Jim O;Neill, do banco norte-americano Goldman Sachs e inventor da sigla Bric, que designa as principais economias emergentes ; Brasil, Rússia, Índia e China ;, reconhece os avanços brasileiros nas últimas duas décadas. Mas está convencido de que o trabalho que levou o país a se tornar a sexta maior economia do mundo ainda está pela metade. Para ele, o encontro com o futuro depende, sobretudo, da retomada das reformas estruturais, como a tributária e a da Previdência, que foram abandonadas pelo governo, da redução dos gastos públicos e do combate à valorização do real ante o dólar.
Mais otimista que a maioria de seus pares, O;Neill vê inteligência na decisão do Banco Central de reduzir os juros básicos da economia (Selic) desde agosto de 2011 e de indicar que o país caminha para taxas de um dígito. O processo, porém, deve ser feito com cautela, mantendo intacto o sistema de metas de inflação, adotado em 1999. ;A definição de uma meta de inflação (hoje de 4,5% ao ano) foi essencial para as transformações vividas pelo Brasil nos últimos anos;, afirma.
Quase 11 anos depois de usar o termo Bric pela primeira vez, o economista discorda da inclusão da África do Sul nesse grupo. ;Não acredito que a África do Sul possa fazer parte do Bric. O Produto Interno Bruto (PIB) sul-africano corresponde a apenas um quinto do da Rússia. O país não é grande o suficiente para estar no mesmo grupo;, diz.
O;Neill revela surpresa com o desempenho desse conjunto de economias, que cresceu mais do que ele esperava. ;A minha projeção mais otimista era de que, juntas, avançariam 14% até 2010, mas cresceram 18%;, ressalta. Na sua visão, o ano começou com pragmatismo, mas com boas perspectivas. Ele critica os mais pessimistas e menospreza os que acreditam que a crise europeia contagiará todo o mundo. Para o economista, a economia global avançará, em média, 4,3% por ano até 2019, ritmo mais forte do que o dos últimos 30 anos, graças aos países do Bric. ;A Europa entrará em recessão em 2012, processo que será superado no ano que vem;. A seguir, os principais pontos desta entrevista de O;Neill ao Correio.
A entrevista com economista Jim O;Neil você lê na edição impressa desta segunda-feira (6/2) do Correio Braziliense.