O hospital Santa Luzia voltou a se defender das acusações sobre ter negado socorro ao secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, morto na última quinta-feira (19/01). Segundo a família, Duvanier passou mal e teve o atendimento negado em dois hospitais particulares, porque não tinham convênio com o plano de saúde dele, e morreu quando era socorrido em um terceiro hospital.
Em nota ao Correio, a assessoria de comunicação da instituição de saúde reafirmou que o secretário não foi visto no hospital naquele dia. "As imagens do circuito interno de TV do Hospital Santa Luzia cedidas à policia confirmam que o Sr. Duvanier não entrou no pronto atendimento deste hospital. Reiteramos que durante todo o plantão da madrugada de quinta-feira (19/1) não houve registro de qualquer caso de emergência ou negativa de atendimento", diz o documento enviado.
[SAIBAMAIS]
A resposta foi dada após uma pessoa próxima a Duvanier Paiva ter reconhecido, nos vídeos de segurança do Hospital Santa Luzia, a mulher dele, Cássia Gomes, filmada na noite de 18/1. O reconhecimento, feito à Polícia Civil do Distrito Federal, desmonta a versão do Santa Luzia, que havia afirmado não ter encontrado registros da passagem do secretário naquele dia.
As imagens mostram Cássia entrando na recepção vazia do estabelecimento apressadamente. Ela fala com a atendente, volta ao carro e retorna para dizer algo à atendente (o vídeo não tem som), antes de deixar o hospital. Após o reconhecimento, convencido de que os estabelecimentos não agiram corretamente, o governo federal aumentou a pressão sobre a Polícia Civil-DF nas investigações sobre a morte de Duvanier. A ordem vinda do Palácio do Planalto é desvendar o que ocorreu na madrugada da quinta-feira (19), quando o secretário passou pelos hospitais Santa Lúcia, Santa Luzia e Planalto, no qual morreu após um infarto.
Segundo a instituição, todas as buscas feitas nas imagens se concentraram na verificação da presença de Duvanier Paiva no pronto atendimento. De acordo com a nota do Santa Luzia, "o hospital trabalha com protocolos assistenciais que estabelecem o atendimento imediato a todos os pacientes que chegam em estado crítico, independentemente da existência ou não de um plano de saúde. Somente após a avaliação e conduta médica são iniciadas as providências burocráticas".
A Delegacia do Consumidor (Decon), que conduz o inquérito que vai averiguar a exigência de cheque-caução, também ouviu nesta terça-feira (24/1) os depoimentos de três funcionários do Santa Luzia e de outros três do Planalto. A Polícia acredita ter informações suficientes para indiciar os responsáveis dos hospitais por omissão de socorro qualificada e homicídio culposo (quando não há intenção de matar).