Atenas ; Os credores privados da Grécia estão sendo pressionados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela Alemanha a aceitarem taxas de retorno mais baixas nos novos títulos emitidos pelo Tesouro grego. Segundo agentes envolvidos nas discussões em torno da restruturação da dívida pública do país, a exigência pode atrasar um novo empréstimo de emergência, do qual depende o governo para evitar o calote, já considerado inevitável pela agência de classificação Fitch.
Acordo
Um acordo quase foi alcançado na sexta-feira, mas a proposta não é suficiente, segundo o FMI, para reduzir os encargos da dívida e trazê-la para níveis sustentáveis. A Grécia e os bancos, representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), estiveram prestes a bater o martelo sobre uma operação que trocaria os bônus antigos por outros, com metade do valor de face e pagamento de juros médios de 4% a 4,2%. Uma intervenção de última hora do FMI e da Alemanha, no entanto, impediu o acerto. O Fundo quer que os novos papéis tenham taxas de, no máximo, 3,5%.
Ontem, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, interveio no debate. Ele disse que o fator crucial nas negociações para a troca da dívida é que o governo grego tenha um nível sustentável de endividamento. ;Essa meta precisa ser alcançada;, afirmou, em entrevista à emissora alemã ARD. O FMI insiste que qualquer acordo deve garantir uma redução do endividamento dos atuais 160% do Produto Interno Bruto para 120% até 2020.
Os representantes dos credores deixaram Atenas, no sábado, sem uma solução. Mas uma equipe técnica ficou na capital para trabalhar os detalhes da operação. As negociações continuarão nesta semana, embora seja improvável que se chegue a um acordo antes do encontro entre os ministros das Finanças da Zona do Euro, marcado para hoje e amanhã. Questionado se uma redução de 70% da dívida grega seria suficiente, Schaeuble destacou que ;depende dos detalhes;. O pressuposto das conversas era a redução da dívida em 50%.