Pequim ; Diante da perspectiva ;extremamente severa; para a economia global em 2012, o governo da China anunciou ontem que vai manter as políticas de estímulo ao crescimento do país, responsável pelo segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, depois dos Estados Unidos. A informação foi divulgada no encerramento da conferência anual em que os dirigentes do país definem as diretrizes para o ano seguinte.
Em comunicado publicado pela agência oficial de notícias Xinhua, as autoridades chinesas prometeram manter a política monetária ;prudente; e a política fiscal ;proativa;, além de garantir preços estáveis ao consumidor. O documento salienta que a crise global traz novos desafios para o país, que, a despeito da turbulência externa, tem conseguido manter as taxas de crescimento elevadas das últimas décadas.
;Olhando para o próximo ano, a tendência da economia global como um todo é severa e complicada. As incertezas estão crescendo em torno da recuperação da economia mundial;, afirma o comunicado oficial. Todos os planos econômicos apresentados depois do encontro mostram o desejo de Pequim de minimizar os riscos levados pela crise para a economia doméstica, até para afastar problemas na esfera política do país, que em 2012 passará por um delicado processo de substituição de lideranças no governo e no Partido Comunista, que dita as regras na China.
A palavra de ordem agora é estabilidade. Na semana passada, as principais instituições de crédito do país já haviam se comprometido a evitar grandes mudanças na política de concessão de empréstimos. ;Estabilidade significa manter a política macroeconômica, o crescimento econômico relativamente rápido, os preços ao consumidor estáveis e estabilidade social;, afirma um dos comunicados publicados pela agência Xinhua.
De acordo com a diretriz oficial, a cotação da moeda chinesa, o iuan, será mantida ;basicamente estável;, as reformas na taxa de juros e de câmbio vão continuar, medidas com o objetivo de acalmar o mercado imobiliário serão mantidas, as exportações serão preservadas e as importações serão impulsionadas para equilibrar a balança comercial. Para os economistas, o comprometimento com a estabilidade da demanda doméstica é um sinal da manutenção das políticas no ano que vem. ;Este é o caso de uma economia em que a política não precisa de ajuste, então eles estão apenas mantendo o curso;, disse Tim Condon, do ING Bank de Cingapura.