ROMA - O chefe de Governo italiano, Mario Monti, afirmou nesta segunda-feira (5) em Roma que a Itália "tem cumprido a sua parte", após a aprovação no domingo de um novo pacote de austeridade e medidas de recuperação econômica para salvar o país da crise da dívida.
Durante uma entrevista coletiva, Monti disse ainda que a Itália corre o risco de entrar em colapso, como a Grécia, se o pacote com medidas draconianas apresentado pelo governo não for aprovado pelo Parlamento. "Sem este pacote, nós acreditamos que a Itália vai entrar em colapso, a Itália vai virar a Grécia, um país pelo qual nós temos muita simpatia, mas que nós não queremos virar", disse.
"Temos cumprido nossa parte", declarou Monti na coletiva, durante a qual admitiu que esta é uma semana crucial para a sobrevivência do euro e para que a Itália volte a ser "confiável", depois de ter sido considerada "uma fonte de infecção". "Temos a absoluta necessidade e a profunda convicção de querer salvar a Itália com a contribuição e o esforço de todos", completou.
Monti obteve no domingo a aprovação de um decreto lei com um severo pacote de medidas de ajuste para economizar 20 bilhões de euros. As medidas incluem um endurecimento das aposentadorias e pensões, assim como a quantia de 10 bilhões de euros em investimentos para estimular o crescimento.
A Comissão Europeia celebrou nesta segunda-feira o plano anticrise apresentado no domingo por Monti.
"Bruxelas celebra as decisões tomadas pelo governo italiano, que vão no bom caminho e destacam não apenas a consolidação fiscal, mas também nas reformas estruturais", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz comunitário Amadeu Altafaj. "Todos estes elementos contribuem para uma resposta mais corajosa para enfrentar a crise, mas ainda resta muito por fazer", completou.
Com o anúncio do pacote e de novas medidas, os juros das obrigações da dívida italiana a 10 anos caíram abaixo dos 6% nesta segunda-feira. A queda também refltiu um discurso conjunto do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chefe do governo alemão, Angela Merkel, que manifestaram seu desejo de legitimar um novo tratado na Europa para reforçar a disciplina fiscal.
Às 15H05 GMT (13H05 de Brasília), o rendimento das obrigações italianas era de 5,983%, ficando abaixo dos 6% pela primeira vez desde o final de outubro.
Os juros da dívida italiana chegaram a 7,483% em 9 de novembro, no auge dos temores de mercado com relação à capacidade do país em pagar sua dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB). Menos de um mês depois, o rendimento recuperou seu nível de final de outubro.
A tranquilidade observada desde o início da sessão passou por um momento difícil depois do discurso da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy. Os dois dirigentes disseram esperar "para março" um acordo dos 17 membros da Eurozona sobre um novo tratado que leve à instauração da nova governança na zona do euro. Com isso, as principais bolsas europeias fecharam em alta. O índice FTSE Mib, da Bolsa de Milão, registrou alta de 2,91%, aos 15.926 pontos
O chefe do governo italiano, Mario Monti, deu no domingo um novo empurrão para as reformas de seu país ao adiantar em um dia o anúncio das medidas a serem tomadas, que proporcionarão 20 bilhões de euros e medidas para reforçar a economia para "salvar a Itália" da crise.