MADRI - O futuro chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, quer analisar a situação econômica do país antes de anunciar as medidas de rigor, afirmou nesta quarta-feira o presidente do comitê eleitoral do seu partido, Miguel Arias Cañete.
"Não se pode elaborar um pacote de medidas até que se conheça exatamente qual será o esforço de redução de gasto público necessário", disse à rádio Onda Cero, três dias depois da vitória eleitoral do Partido Popular (PP). "Não é a mesma coisa reduzir 15 bilhões de euros ou 30 bilhões, as medidas são distintas", declarou.
Cañete recordou que a Espanha está em um momento de transição de poderes e que, "por enquanto, o que deve ser feito é trabalhar para no momento de assumir o cargo estar em condições de implementar todos os pacotes de reformas".
Após as eleições, os tribunais serão constituídos no dia 13 de dezembro, a partir de então, o PP espera encurtar os prazos para que o novo presidente seja empossado até o Natal.
Desde domingo, Rajoy sofre cada vez mais pressão, principalmente por parte da chanceler alemã, Angela Merkel, e das agências de classificação Standard and Poor;s e Fitch, para anunciar suas medidas.
"O telegrama enviado pela senhora Merkel coincide com o que foi dito pelo presidente Rajoy: nós faremos reformas para cumprir os objetivos do déficit, mas precisamos saber qual é a situação da economia espanhola, porque tivemos surpresas a cada vez que chegamos a um governo autônomo", disse.
A direita assumiu o controle em maio de grande parte das 17 regiões espanholas. Alguns governos regionais, tais como Castilla-La Mancha, revelaram déficits públicos mais elevados do que o previsto.