O secretário americano do Comércio, John Bryson, concluiu em Chengdu acordos para reforçar a luta contra a pirataria na China e para garantir o acesso equitativo das empresas americanas em setores chaves, nos quais Pequim prevê investir 1,7 trilhão de dólares em cinco anos.
Na reunião anual da Comissão Conjunta do Comércio (JCCT) realizada no domingo e nesta segunda-feira (21/11), Bryson não se pronunciou sobre o controle exercido pela China, que mantém o yuan em um nível considerado muito baixo para os americanos.
"Temos (com a China) uma relação comercial complexa e não é de se surpreender que ainda haja muito o que fazer", disse Bryson.
Os funcionários americanos tiveram um exemplo gritante do que está por vir. Já no hotel onde foram realizadas as negociações comerciais havia uma loja "Amornini", que vende roupas parecidas com as da marca Giorgio Armani.
A menos de um ano da eleição presidencial nos Estados Unidos, a administração Obama é fortemente pressionada para conseguir concessões de Pequim. O presidente Barack Obama pediu recentemente ao governo chinês que "reconsidere" sua política comercial.
Em Chengdu, a China concordou com a criação de uma comissão permanente encarregada de assegurar o respeito da propriedade intelectual. O grupo será dirigido pelo vice-primeiro-ministro chinês Wang Qishan, que encabeça a delegação chinesa na reunião do JCCT, informou Bryson.
No total, foram firmados cinco acordos, um deles sobre a propriedade intelectual e outro sobre o comércio de produtos de alta tecnologia, segundo fontes chinesas e americanas.
Wang Qishan pediu que Washington "evite uma politização das questões econômicas", referindo-se aos políticos americanos que consideram a desvalorização do yuan culpada pelo gigantesco desequilíbrio da balança comercial.
Os Estados Unidos fecharam o ano passado com um déficit comercial de 270 bilhões de dólares em relação à China.
Os chineses repetiram nas últimas semanas que vão decidir segundo seu próprio calendário quando permitirão a valorização do yuan. Pequim não quer colocar em perigo suas exportações, que começam a perder com as dificuldades da União Europeia, seu maior mercado, e dos Estados Unidos.
O vice-primeiro-ministro chinês se mostrou pessimista neste fim de semana em relação às perspectivas econômicas mundiais e, segundo declarações citadas pela agência de notícias China Nova, afirmou que "se existe uma coisa que podemos ter certeza é que a recessão econômica será prolongada".