Jornal Correio Braziliense

Economia

Dilma diz que Brasil não contribuirá diretamente com fundo europeu

Cannes - O Brasil não contribuirá para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), assegurou nesta sexta-feira (4/11) a presidente Dilma Rousseff, que em troca manifestou a disposição do governo brasileiro em aumentar a contribuição para o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que enfrente a crise financeira.

"Não tenho a menor intenção de fazer contribuições diretas", afirmou Rousseff à imprensa ao fim da cúpula do G20 em Cannes, realizada em Cannes (sul da França).

"Por que eu teria que fazer isso se nem eles (os europeus) têm" a intenção de fazê-lo?, disse a presidente ao ser perguntada sobre a possibilidade de o Brasil contribuir para o fundo de resgate europeu.

Os países da Eurozona decidiram no dia 27 de outubro em Bruxelas aumentar a capacidade de ação do FEEF em até um bilhão de euros para socorrer países afetados pelo contágio da crise da dívida originada na Grécia e que colocariam em perigo toda a Eurozona.

Este é o caso da Itália, terceira maior economia da Eurozona, que está sendo alvo dos mercados e que nesta sexta-feira solicitou ajuda ao FMI e à Comissão Europeia para que supervisionem o cumprimento das medidas que foram adotadas para reduzir seus desequilíbrios fiscais e sua colossal dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).

[SAIBAMAIS]Dilma reiterou, em troca, o compromisso do Brasil em aumentar a contribuição ao FMI, já que esta instituição oferece "garantias" para o dinheiro que sai das reservas e do "suor do povo brasileiro", disse de forma taxativa.

Esta é a mesma posição dos países do grupo Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, segundo a presidente, que assegurou que a China "disse que preferia contribuir através do FMI e, não diretamente".