O acordo para a solução da dívida pública nos países da Europa só será viável se as medidas forem implementadas a tempo de impedir que a crise econômica no continente contamine o resto do mundo, disse nesta quinta-feira (27) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele pediu agilidade para que os parlamentos dos países da zona do euro aprovem o acordo o mais rápido possível.
;O que me preocupa é o tempo. Será que os países terão tempo para implementar as medidas sem que haja deterioração do cenário internacional;, declarou Mantega depois de assinatura de acordo com dez governadores no Palácio do Planalto. ;Várias medidas estão anunciadas para janeiro do próximo ano. Não sei se haverá tanto tempo até lá.;
A aceitação pelos bancos privados da diminuição de 50% da dívida pública da Grécia, acrescentou o ministro, representa outro ponto de preocupação para a superação da crise econômica europeia. ;Ainda não está claro se os bancos privados vão aceitar a proposta [de abrir mão de metade da dívida do governo grego], porque a redução é voluntária;, comentou o ministro.
Embora tenha ressaltado que a maioria dos pontos do acordo ainda precisará ser definida antes da reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), no início de novembro na França, o ministro elogiou os mecanismos propostos. Para Mantega, o programa de US$ 7 bilhões e 130 bilhões de euros é uma boa iniciativa, assim como o reforço do fundo de estabilização com garantias que podem alavancar [multiplicar] os recursos em até cinco vezes e fazer o valor chegar a 1 trilhão de euros.
O ministro também considerou positivas as medidas para melhorar a administração e a transparência das instituições financeiras europeias. Ele também elogiou o reforço das ferramentas que permitirão ao Banco Central Europeu controlar de forma melhor a inflação. ;O Banco Central Europeu passará a atuar de forma plena para controlar a inflação. O continente ganhou um raio de manobra maior para enfrentar dificuldades.;