Jornal Correio Braziliense

Economia

Crise nos planos de saúde da Unimed fica restrita ao Distrito Federal

A determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para que a transferência da carteira de clientes ocorra até 20 de novembro alcança somente a Unimed Brasília. Outras três empresas ligadas à marca, presentes na capital do país, não têm qualquer relação com a medida divulgada pelo governo no início da semana. A semelhança de nomes provocou confusão entre conveniados e levou muitos deles a se preocuparem com a possibilidade de ter o plano trocado.

Em nota, a Unimed Centro-Oeste Tocantins, também sediada na capital federal, esclareceu que a decisão relacionada à operadora de Brasília não a atinge. A prestadora voltada exclusivamente para planos coletivos ; empresariais e por adesão ; registra mais de 70 mil beneficiários, entre eles, servidores de ministérios e autarquias da administração pública, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A Unimed Centro-Oeste Tocantins informou que a sua rede conta com 108 mil médicos conveniados e 3.124 hospitais credenciados. ;Mais que um sistema cooperativista, a Unimed é uma marca conceituada e reconhecida pela confiança que transmite e pela maneira com que se relaciona com seus diversos públicos;, destacou a empresa.

A Unimed Seguros e a Unimed Central Nacional são sediadas em São Paulo, mas possuem escritórios em Brasília. Da mesma forma, não foram afetadas pela decisão da ANS, para tranquilidade do servidor público Jorge Marques, 46 anos, associado à Unimed Central Nacional. ;Estou conseguindo ser atendido normalmente;, disse ele, que é cardíaco e depende do plano para manter o tratamento. ;É aquela história: ruim com o plano, pior sem ele;, ressaltou.

[SAIBAMAIS]Por enquanto, não há decisão judicial favorável à Unimed Brasília e a venda da carteira de clientes está mantida, conforme a Resolução Operacional n; 1.095 da ANS, publicada no Diário Oficial da União. De acordo com a agência, a empresa acumulava, em janeiro, dívida de R$ 94 milhões. A presidente da operadora, Sylvia Carvalho de Oliveira, credita as dificuldades financeiras a gestões passadas e garante que a situação será revertida.

Gestores da Fundação Dom Cabral atuam para tirar a Unimed Brasília do vermelho. O atendimento aos quase 20 mil clientes não teve impacto, garantiu Sylvia. ;Não registramos nenhum cancelamento de contrato até agora. Não há motivo para trocar de plano;, enfatizou. Quem não quiser esperar o desenrolar da história terá de seguir as regras de portabilidade. Somente com o fim do prazo estipulado para a alienação, a ANS poderá decretar um regime especial de mudança.